Como as músicas e as frequências sonoras alteram o nosso dia a dia

Como as músicas e as frequências sonoras alteram o nosso dia a dia 

Além do entretenimento, os sons influenciam no humor, saúde mental e até na produtividade 

Texto por Beatriz Felizardo 

A presença de sons, músicas, ruídos e melodias é algo fatídico na vida de todos ao longo da história, o que oferece entretenimento, cultura e momentos marcantes. Atualmente, parte da população prefere andar com fones de ouvido do que ouvir o barulho da cidade. Porém, não passa pela cabeça de muitos que esse hábito tem o poder de moldar as emoções, pensamentos e até atitudes.

De acordo com “O grande potencial da música para promover a saúde cerebral e o bem-estar mental”, relatório publicado em 2020 pelo Conselho Global de Saúde Cerebral (GCBH), as melodias estão relacionadas aos efeitos positivos no funcionamento do cérebro. Trabalhar nelas pode gerar sensação de bem-estar, redução de estresse, facilitar as relações interpessoais que melhoram e fortalecem os sistemas e pessoas de diferentes idades e condições. “Além de proporcionar diversão e prazer, a música tem a vantagem de melhorar a saúde de uma forma segura e econômica”, diz o estudo.

Música: aliada da produtividade ou fonte de distração? 

No estudo mais recente feito pela revista Applied Cognitive Psychology, em 2017, sobre os efeitos da música clássica na concentração e produtividade dos indivíduos, os resultados indicaram que houve significativa melhora no desempenho de leitura e escrita. Em contraponto a isso, a música pop obteve efeito neutro, enfatizando que músicas sem vocais tornam-se excelentes aliadas.

Em entrevista para a Revista Vulpes, Larissa Olm, estudante de jornalismo, relata que as canções sempre estiveram presentes, auxiliando na concentração e foco nos seus estudos, principalmente, em momentos de leitura. 

“Quando estou lendo, sempre ouço músicas calmas e relaxadas, de modo que a batida não me atrapalhe. Agora, quando preciso realizar uma tarefa, coloco uma música alta e bem animada”, diz a estudante. 

Já a redatora publicitária Lara Castilho diz que a música não melhora seu foco isoladamente e a utiliza mais como uma forma de “demonstrar” que está concentrada. “Quando preciso de um pouco de introspecção a música é minha companhia”, explica a profissional.  

A influência na saúde do cérebro

Segundo o neurocientista Fernando Gomes, a música faz diferença em nosso cérebro, algo que não se limita somente nos estímulos auditivos, mas também no modo que a vibração sonora interfere na mente. 

“A música acaba funcionando como uma farmácia natural da qual todo mundo deveria abusar, sem contraindicações”, recomenda Gomes.

Claudia Trindade, musicoterapeuta e especialista em psicomotricidade, explica que nosso cérebro trabalha enquanto escuta canções. Essa interação traz emoções que motivam as atividades sensoriais e motoras, com a possibilidade de causar diferentes sensações em cada indivíduo, algo que pode mudar de acordo com nossas experiências musicais.

“Cada indivíduo tem uma relação e identidade sonora com o mundo e sua história. Então uma música pode me trazer sensações e/ou memórias agradáveis e ser o oposto para outra pessoa”, conta o musicoterapeuta.

Além de trazer entretenimento, o som é usado como diversas ferramentas, como na pedagogia e para reabilitação cognitiva de doenças. No Alzheimer, por exemplo, os pacientes resgatam recordações, melhoram a interação social e tudo isso utilizando as preferências musicais dos indivíduos, as quais trazem memórias afetivas de momentos da vida.

Créditos da capa: Antoni Shkraba Studio – pexels.com
Editado por Guilherme Brasil Abude, Lucas Cardamone e Mariana Lumy

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