Como a Inteligência Artificial pode ajudar na Mobilidade?

Como a Inteligência Artificial pode ajudar na Mobilidade?

Entenda como essa tecnologia aliada a mobilidade pode promover uma gestão assertiva quando a questão é segurança, sustentabilidade e acessibilidade a todos

Texto por Ana Guercio


O medo instaurado de que o filme “Matrix” venha se tornar realidade é maior do que acolher essa tecnologia com responsabilidade e ética. Uma tecnologia capaz de controlar os humanos em realidades simuladas e até levar a uma possível guerra. Isso é como a maioria da população enxerga a Inteligência Artificial. Mais do que a ficção abordada no filme, essa tecnologia pode contribuir positivamente com as demandas da sociedade, um exemplo disso está na mobilidade urbana.

Falar de mobilidade urbana, em específico na capital paulista, é sinônimo de falar de trânsito. Conciliar o crescimento das cidades e municípios com a mobilidade efetiva é uma questão a ser debatida para o desenvolvimento de cidades inteligentes. O impacto reflete diretamente na gestão pública e, com isso, a polêmica sobre como inserir a Inteligência Artificial (IA) no meio é ainda mais recorrente.

Uma tecnologia que a sociedade tem ao seu favor, utilizada das mais diversas formas em diversos ambientes, por que não utilizá-la para resolver questões de gestão pública? Com um imensurável poder computacional, a IA permite analisar uma abundante quantidade de dados e prever cenários, unida a outras tecnologias, ela é capaz de expandir o seu potencial. 

Trafegar pelas ruas da capital, agora, com os chamados “semáforos inteligentes”, mudou o dia a dia paulistano. Essa tecnologia, na teoria, possui o papel de melhorar o fluxo de tráfego dos veículos e de pedestres de acordo com o trânsito. A utilização desses sensores e algoritmos não seria possível se a IA não estivesse inserida no meio. Graças a ela, a segurança e o gerenciamento de tráfego podem se tornar mais eficientes. 

Vale ressaltar que essa gestão de semáforos inteligentes, além de contribuir positivamente com o tráfego, quando pensada a questão de sustentabilidade, reduz a emissão de gases poluentes, uma vez que, menos veículos em congestionamento no trânsito, menos combustível será queimado, ou seja, menos gases causadores do efeito estufa serão emitidos. 

Em uma era de renovação digital, a sociedade chegou a um ponto em que viver sem a IA é fora de cogitação. A Inteligência Artificial vai além do que muitos conhecem como ChatGpt e da Meta AI, suas ferramentas foram capazes de revolucionar a forma como o ser humano cria e exerce suas funções em uma comunidade. Mesmo diante da polaridade de opiniões acerca dessa tecnologia, é indiscutível que, de agora em diante, ela sempre se renovará e estará presente no futuro e na construção da sociedade. Vale lembrar que isso não implica em substituir totalmente as funções manuais humanas. 

A IA assumiu o controle do volante: e agora?

Uma sociedade movida pelos três pilares regidos pelo filme “Eu, Robô”, de Isaac Asimov, de 1950, deduz que o mundo é coexistindo por seres humanos e robôs. Hoje, após 74 anos dessa obra, os fatos deduzidos por ele tornaram-se realidade.

O curioso é que, na atualidade, as normas entre robôs e humanos ainda se mantém presente, ou seja, como a própria ficção aborda, os robôs são proibidos de machucar os humanos, deve-se manter obediência das máquinas em relação aos humanos e robôs devem proteger a própria existência, desde que não burlem as leis anteriores. Dessa forma, a mobilidade, em parceria com essa Inteligência, mantém os mesmos princípios do filme que, mesmo sendo uma ficção científica, é capaz de auxiliar a forma como a sociedade poderá lidar com essa inovação tecnológica atual. 

Não é de hoje que é possível observar essa coexistência defendida no filme através das inovações no ramo do automobilismo. Diariamente, comerciais televisivos mostram um novo veículo a ser vendido com tecnologias surpreendentes para o consumidor e isso vai além de uma cor ilustrativa de carro, ou de um painel diferenciado. Pelo contrário, o número de cavalos, o conforto e bem-estar proporcionados por veículos cada vez mais autônomos, é o que anima os consumidores. As amplas gamas de recursos tecnológicos proporcionam comodidade, segurança e entretenimento aos motoristas.

Atualmente, carros autônomos já estão sendo testados e prototipados pelas empresas Tesla, BMW e Mercedes que acolheram essa tecnologia a favor de moldar carros capazes de criar maior conforto e bem-estar para os passageiros. Além dos benefícios trazidos aos motoristas, o desenvolvimento de carros autônomos, quando pensamos em sustentabilidade, esses veículos são benéficos, uma vez que a otimização de baterias e sistemas de energia através de desses algoritmos permite uma autonomia maior e uma melhor gestão do consumo de energia, contribuindo também para a redução da pegada de carbono nesse setor.

Quando falamos em conforto e bem-estar para os passageiros, estamos falando também de inclusão e acessibilidade às pessoas que possuem alguma deficiência e enfrentam desafios significativos na mobilidade. Através do desenvolvimento de carros autônomos, barreiras podem ser quebradas e o transporte confiável e seguro para aqueles que não podem dirigir pode ser efetivo de fato. 

Vale destacar que essa tecnologia também está presente nos transportes públicos, mesmo que quase imperceptível no dia a dia. Quando determinados aplicativos são utilizados pelo próprio passageiro para calcular rotas e horários de ônibus e trens, isso é a IA assegurando que os veículos estejam disponíveis quando e onde são mais necessários, melhorando também a experiência do usuário no transporte público.

É tempo de mudar

A chamada AIot, criou um potencial de inovação relacionado à mobilidade do meio urbano consideravelmente significativa. Isso porque algumas melhorias já podem ser percebidas e experimentadas por motoristas e usuários de transporte, por exemplo, no gerenciamento inteligente do tráfego.

Ao se pensar no Brasil, um dos desafios que mais urge a necessidade de ampliar e desenvolver o uso dessa tecnologia, é na segurança. Quando falamos em segurança no trânsito, não só o fluxo de veículos, mas a vida das pessoas está em jogo. Pesquisas sugerem que a maioria dos acidentes de trânsito são causados por erro humano. Ao eliminar esse fator, essa tecnologia pode reduzir em grande escala o número de acidentes e salvar inúmeras vidas.

Reduzir esses números, em específico nas ruas da capital paulista, que apresentou um aumento de 184% no número de acidentes de automóveis e crescimento de 70% de óbitos de pedestres, é um dos papeis indispensáveis desenvolvidos pela AIot.

Os usos planejados e estratégicos desses dispositivos podem auxiliar na mobilidade, uma vez que detectam oscilações de velocidade acima do esperado em trens e metrôs, mantendo os condutores avisados, detalha com maior precisão as condições das vias e exibe status atualizados atrelados ao funcionamento irregular de componentes do veículo, assim garantindo a maior atenção do motorista ao seu respectivo veículo evitando possíveis acidentes. 

 Aquele que começou como office-boy no Ministério da Fazenda, atualmente, conquista mais de 300 mil seguidores nas suas redes sociais, sua figura conhecida como “Menzinho” domina seu olhar apaixonado por carros e tecnologia, cativa o público. Para chegar até onde está hoje, ele relata que a virada de chave na sua vida foi quando recebeu a oportunidade para trabalhar como help desk para o Einstein. Seu atendimento com o público menos robótico e mais humanizado, como ele mesmo diz, foi o que permitiu com que, futuramente, ele assumisse uma segunda vaga nesse mesmo local, o que possibilitou que ele se tornasse analista de sistemas aos 23 anos. 

Com o nascimento da IA na época, junto ao chamado Big Data, o curso de tecnologia em dados para os médicos do hospital nasceu e Miguel Alencar, até hoje, é docente de pós-graduação em Inteligência Artificial no hospital. 

“Hoje, em 2024, com dados conseguimos prever se o cara vai ter o câncer ou não daqui tantos anos com base no histórico clínico dele. Isso forma um padrão de sintomas, com base em estudos propiciados pela IA, que provam tal probabilidade. Com essa previsão da IA o médico administra uma nova conduta sob o paciente. ”

Suas aulas ganharam fama para além do Einstein, seu interesse pelo mercado digital aumentou, como professor, empreendedor e entendedor dessa tecnologia emergente na época. Ele passou a ensinar as pessoas a enxergarem através dos dados com auxílio das redes sociais, mostrando a elas o poder dessa tecnologia nos dias de hoje. 

Do Honda Fit a Porsche: como a tecnologia dos carros evoluiu? 

Suas aquisições ao longo da sua trajetória pessoal e profissional foram inúmeras e sua paixão por carros não fica fora dessa.   

 “Sou um cara que gosto muito da dinâmica da mecânica do carro, gosto muito de Fórmula 1 também. ” 

Quando falamos em automobilismo, a BMW 320i foi e ainda é seu fascínio. Uma plataforma alemã que trouxe ao Brasil uma dinâmica tecnológica única que combina conforto, desempenho e tecnologia. A direção dinâmica do veículo é o diferencial que proporciona luxo e sofisticação em seu design. O carro que possui desenvolvimento esportivo é característico da marca alemã, que oferece motorização de alta qualidade que entrega uma potência que varia de 184 a 258 cavalos, dependendo da versão, transmissão automática de 8 marchas, aclamada por sua suavidade e eficiência.  Também é conhecida pelo equilíbrio e precisão e equipada com sistemas de assistência ao motorista, tecnologias de condução e de segurança e iluminação. A marca trouxe inovações aos modelos de carros já conhecidos aqui no Brasil. 

Reprodução Autoesporte/Rodrigo Ribeiro

Suas outras aquisições, como a BMW Z4 e Range Rover Velar, não chegam aos pés da sua compra mais aguardada: a Porsche 911. Um carro esportivo e luxuoso, com um design único, foi o que motivou Miguel a comprá-lo. A história e tradição desse carro no ramo automobilístico é o diferencial. Com 70 anos de história na produção de carros esportivos com sucesso, como em corridas como a de Le Mans, a engenharia de ponta e a referência em esportividade, tecnologia e luxo automotivo é o que cativou Miguel e tantos outros colecionadores a adquirir essa peça.  Dessa forma, a Porsche foi um impulsionador para que atualmente a indústria automotiva torne-se um centro tecnológico sobre rodas.

Reprodução Revista Carros Ig
Reprodução site Classe Luxury Cars

 Um olhar voltado a Mobilidade Urbana 

Miguel Alencar defende a necessidade de ter a Inteligência Artificial ligada totalmente à mobilidade em prol de uma sociedade e gestão mais eficientes. Medidas adotadas pelo exterior podem também ser aplicadas no Brasil de forma ética e responsável quando falamos do esquema de escaneamento facial, diz o empresário. A China, por exemplo, admite que as câmeras locais funcionem como uma espécie de radar de trânsito com reconhecimento facial das pessoas e, quando a segurança é colocada em pauta, o escaneamento facial é uma alternativa que, com base na IA, pode apresentar avanços. 

“Essas tecnologias podem identificar terrenos irregulares para que isso seja notificado aos órgãos, porque hoje eles só arrumam as ruas se há algum tipo de denúncia. Há muita pouca estrutura de empresas para muitas irregularidades, a IA ajuda a identificar também onde estão os principais pontos irregulares da cidade, para que, com base nos dados, os profissionais responsáveis coloquem ordem de prioridade para que de fato eles atuem. ” Isso já é feito na China com base na IA, por que não fazer no Brasil? ” – Explica o empresário 

É através desses dados que se torna possível melhorar a mobilidade urbana por completo. Mais do que a novidade tecnologia que os carros possuem, essa tecnologia pode ajudar em uma questão que percorre por toda a São Paulo: infraestrutura das ruas. 

“Aonde eu vejo uma grande melhora falando em segurança no trânsito, segurança na infraestrutura do trânsito (ruas, buracos), falo do meu carro esportivo, que é um carro baixo, e em ruas de bairro eu vou danificar meu carro ao longo ou curto prazo. ”

É tempo de mudanças. Com a chegada da Inteligência Artificial é possível promover melhorias no setor de segurança, sustentabilidade, acessibilidade ao usuário, impactos sociais e econômicos são esperados, por isso, é crucial que a sociedade gerencie e planeje essa transição com responsabilidade e garanta que os benefícios da IA sejam amplamente praticados.

Assim como o empresário defende, é colocado em pauta que inserir essa tecnologia de dados na gestão pública é também explorar novos caminhos para o presente e o futuro da mobilidade quando falamos, principalmente, em segurança. Os desafios de usar essa tecnologia com responsabilidade e ética são uma preocupação significativa, no entanto, com uma abordagem equilibrada, a IA pode transformar esse setor. A mobilidade urbana não é apenas o transporte público ou o privado, mas também se trata de dar a possibilidade a todos de ir e vir, tanto os que não tem restrições de mobilidade quanto aos que necessitam de ajuda para tal.

Foto da capa: divulgação Instagram Autoinforme

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